Frutos do mar "veganos" são a nova tendência dos viciados em comida?
Dá licença, hambúrgueres vegetarianos, há uma nova tendência de alimentos à base de plantas que está pronta para decolar. Abram alas para os frutos do mar veganos.
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Embora as alternativas à carne continuem crescendo em popularidade, muitos consumidores veganos estão procurando uma escolha mais ampla e os especialistas preveem que o peixe à base de plantas pode ser a nova tendência da área, com os frutos do mar veganos tomando a dianteira.
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Desde preocupações com o meio ambiente até temores sobre o mercúrio, a indústria do peixe enfrentou alguns desafios nos últimos anos.
Acrescente aí a pandemia de coronavírus, que contribuiu com a escassez de certos peixes em muitos supermercados, e não é surpresa que muitos consumidores estejam procurando alternativas mais saudáveis e ambientalmente amigáveis.
"Nos últimos anos, houve uma explosão nos produtos veganos, à medida que mais pessoas estão prestando mais atenção nos benefícios ambientais, de saúde e de bem-estar de uma dieta vegana - e os frutos do mar veganos não são diferentes!", explica a Dra. Justine Butler, pesquisadora sênior de saúde do Viva! Health.
“As opções livres de carne de peixe agora incluem peixe e batatas fritas feitas com flor de bananeira, tofu marinado em flocos de algas marinhas, peixe feito com o substituo de carne Quorn, melancia no lugar de bife de atum, cenoura defumada em vez de salmão, existem inúmeras opções disponíveis para todos os gostos”.
Além de reduzir a culpa de contribuir com a sobrepesca ao comer frutos do mar, o peixe à base de plantas também oferece uma alternativa sem mercúrio, ao mesmo tempo em que produz um aumento de proteína.
“Frutos do mar à base de plantas oferecem uma série de benefícios ambientais, incluindo alívio das pressões sobre as pescarias predatórias, ajudando os ecossistemas oceânicos frágeis, reduzindo o impacto das redes de pesca no problema do plástico nos oceanos e reduzindo as emissões de gases do efeito estufa relacionadas à produção”, Caroline Bushnell do Instituto Good Food, disse em um comunicado de imprensa.
Embora os frutos do mar à base de plantas não sejam um conceito totalmente novo, os produtos (e o sabor!) eram bastante limitados, mas nos últimos meses houve uma onda de novas empresas inovadoras tentando criar alguma excentricidade no mercado de substitutos de peixe.
Considerando-se os pioneiros em frutos do mar à base de plantas, a empresa vegana gourmet Sophie's Kitchen espera ajudar a mudar tudo isso, afirmando à Vegonomist que pretendem "inovar a categoria de frutos do mar da maneira que a Beyond Meat abalou a indústria de hambúrgueres".
E parece estar tendo o efeito desejado com suas alternativas de frutos do mar veganos, visto que suas vendas aumentam três vezes em 2019.
A Good Catch é outra empresa que atua no mercado de imitações de frutos do mar, com o "atum" ajudando a criar ondas (sem trocadilhos) dentro da indústria.
“Segundo as Nações Unidas, quase 90% dos estoques de peixes marinhos do mundo estão agora totalmente explorados, ou muito explorados ou mesmo esgotados, com os subsídios à pesca tendo um papel importante nesse processo”, explicou Good Catch em um comunicado à imprensa.
"Tendo em mente estatísticas surpreendentes como essa, a Good Catch acredita que os únicos frutos do mar verdadeiramente sustentáveis são aqueles que permitem que os peixes permaneçam no oceano, sem ser perturbados".
Em 2018, o Reino Unido abriu sua primeira loja da popular “fish and chips” (peixe e batatas fritas) vegana, com o menu vegano sendo posteriormente lançado em todos os locais da franquia de sanduíches Sutton & Sons, em Londres.
De acordo com a BBC, os itens veganos agora contribuem com cerca de 20% da receita total da Sutton & Sons. O porta-voz Nicholas O'Connor explicou que o menu vegano está crescendo continuamente e inclui pratos como coquetel de ‘camarão’, tiras de ‘lula’ e rolinhos de ‘lagosta'.
Pode ser melhor para o meio ambiente, mas os frutos do mar veganos podem competir no quesito nutrição?
"Muitos produtos de frutos do mar veganos são feitos de soja rica em proteínas, que também é rica em ferro e cálcio", explica Butler.
"Outras opções incluem proteína de ervilha, que pode imitar a textura escamosa dos peixes".
Butler diz que, apesar de termos sido levados a acreditar que só podemos obter certos nutrientes diretamente dos peixes, existem muitas fontes nutritivas de ômega-3 à base de plantas. "De fato, o ômega-3 vem das algas, é daí que os peixes o extraem!" explica Butler.
“Fontes vegetais, como óleo de linhaça, óleo de cânhamo e nozes, oferecem melhor proteção contra doenças cardíacas e outras condições degenerativas e beneficiam o meio ambiente, pois são provenientes de fontes sustentáveis”.
"Além disso, nossos oceanos e rios estão contaminados com poluentes tóxicos, como bifenilos policlorados, dioxinas e mercúrio, que podem se acumular em peixes gordurosos e anular os efeitos benéficos do ômega-3", acrescenta ela.
“De fato, o governo emitiu avisos de que os adultos não devem consumir mais do que uma porção de peixe-espada, tubarão ou espadarte por semana, porque esses peixes contêm altos níveis de mercúrio; o alerta agora inclui alguns peixes brancos também”.
“Nenhum outro alimento carrega um aviso de saúde do governo! Eles manifestaram preocupação com os níveis de dioxinas no arenque, salmão e cavalinha, mas a maioria das pessoas sabe muito pouco sobre esses riscos. Então, optando pelas opções à base de plantas, você tem todos os benefícios do ômega-3 sem os poluentes tóxicos”.
Por esse motivo, e outros, peixes e frutos do mar veganos podem muito bem ser a nova palavra da moda dos alimentos à base de plantas.
"Esta é uma área que tende a crescer no mercado de alimentos à base de plantas e podemos esperar que produtos mais inovadores cheguem às nossas prateleiras, à medida que a demanda continuar crescendo", acrescenta Butler.
Alguém aí aceita uma porção de peixe e batatas fritas veganos?
Marie Claire Dorking